Sobre o livro 1984

Um inquestionável clássico do século XX


Sobre o livro

Foi publicado em 1949, quando o ano de 1984 pertencia a um futuro relativamente distante.

Winston Smith, refém de um mundo de opresão absoluta da Oceânia, é o herói da história. Ele se rebela contra a sociedade totalitária na qual vive, com anseio por verdade e liberdade, ele arrisca a vida juntamente da sua amada Júlia e com uma organização revolucionária secreta.

Capa

1984 por George Orwell

Sobre o autor

George Orwell

Orwell, além de escritor, também foi jornalista e ensaísta político e dedicou parte da sua vida a escrever resenhas, ficções, artigos jornalísticos, críticas literárias e poesias – considerado um dos melhores cronistas da cultura inglesa do século XX.

George nasceu em: 25 JUN 1903
George faleceu em: 21 JAN 1950 (46 anos)
Página oficial: www.georgeorwell.org
Leia mais sobre George Orwell aqui.

Resumo

Uma linha do tempo pela visão de Winston Smith


Antes do Grande Irmão

  • Antes da Revolução

    Escravidão @ Os proletas

    Winston pouco conseguia lembrar como era a vida antes da Revolução. Dizia-se que os proletas eram escravos. As condições de vida eram sub-humanas. O Partido insistia em dizer que Londres pré-revolução era escura, suja e miserável. Entretanto, Winston não acreditava nisso.

  • 192?

    Cartolas @ Os capitalistas

    Eram referidos como um pequeno número de pessoas, sendo estas ricas e poderosas, tinham de tudo. Eram os donos do mundo e todo o resto eram seus escravos. Winston buscava compreender como era o mundo com os capitalistas. O Partido dizia que sem os capitalistas tudo melhorou.

  • 196? - 1970

    Goldstein @ Os últimos revolucionários

    Grandes expurgos, quando os líderes revolucionários originais haviam sido eliminados. Goldstein era, supostamente, o único revolucionário restante. Com o Grande Irmão, Goldstein torna-se vilão e para ele é dedicado "o ódio".

Com o Grande Irmão

  • Após a Revolução

    Isolamento@ As guerras

    O supercontinente de Oceânia vivia em conflito com Lestásia e Eurásia. Os três superestados estavam em guerra permanente. A guerra constante não tem como objetivo principal derrotar o inimigo ou lutar por uma causa, mas de manter o poder do grupo dominante (o Partido) intacto.

  • 196?

    Ministérios @ "O Grande Irmão zela por ti"

    A Oceânia é governada basicamente por quatro ministérios, Miniver, Minimor, Minipaz e Minifarto, em anctilíngua, respectivamente, Ministério da Verdade, que cuida da mentira; Ministério do Amor, responsável pelo ódio; Ministério da Paz, que controla a guerra; e Ministério da Fartura, responsável pela fome.

  • 198?

    Revolução @ ou tortura

    O’Brien se passa por uma pessoa contra o partido e atrai Winston para uma armadilha de uma possível revolução. Smith confessa seu desejo de conspirar contra o Partido, pois acreditava na existência da Fraternidade e para tal suas esperanças estavam depositadas em O'Brien. Winston é preso e seu torturador é O'Brien.

Sobre o partido. Escrito pelo próprio.

melhorias
100%
qualidade de vida
País próspero
$
O vilão é o capitalismo
Tudo é verídico
Grande Irmão = felicidade

Seja bem-vindo à Oceânia

As teletelas estão de olho em você


domingo, 25 de junho de 2017

Quem é você? Proleta x Membro do Partido

DESCUBRA SE VOCÊ É MEMBRO DO PARTIDO OU PROLETA! 

Por dentro do Partido


            Surgida após grande confronto internacional, a disposição mundial vigente em 1984 era composta por três grandes países; Eurásia, Lestásia e Oceânia, todos com as mesmas características políticas, econômicas e sociais e coexistindo sob constante guerra. Em Oceânia, o poder foi tomado pelo Partido e a ideologia implantada foi o socing (socialismo), mas de forma distorcida e distópica, mais voltado para o totalitarismo. Nesse contexto, foi criado o líder máximo do Partido, o Grande Irmão, figura simbólica responsável por confortar psicologicamente a população.

            Vivendo sob uma propaganda governamental massiva, a população de Oceânia era alienada ao ponto de não perceber e/ou ser obrigada a abstrair que estavam sendo manipuladas. O Partido vigiava corpos, corações e mentes, tudo através da teletela – dispositivo presente na maioria dos ambientes que emitiam comunicados à população, além de espioná-la. Uma nova língua fora criada, a novafala, na qual as palavras e seus significados foram reduzidas para evitar ambiguidades e pensamentos distorcidos. O pensamento fora dos padrões de conduta era considerado crime e os transgressores eram “vaporizados”, aniquilados do meio físico e dos registros impressos.

            O Partido não cometia erros e mesmo que o fizesse, detinha o poder sobre tudo, inclusive aquele encarregado por alterar documentos e qualquer tipo de registro histórico, dessa forma, tudo era manipulado a favor do governo. Para eles, a democracia é um regime que enfraquece o homem, uma vez que a liberdade causa confusão e medo; o homem precisa ser controlado e a ciência e tecnologia só devem ser usadas para fins militares e em prol da dominação. A entidade máxima de Oceânia não estava preocupada com o bem-estar das pessoas, embora garantisse isso em toda inserção midiática, as pessoas eram apenas peças que poderiam ser substituídas facilmente, o amor e a compaixão eram sentimentos inexistentes, a violência era algo normal – a vida humana não tinha nenhum tipo de valoração.

            Dentro desse imenso universo particular que é era o Partido, quatro ministérios se encarregavam das funções básicas de manutenção do Estado. O primeiro deles era o Ministério da Verdade, incumbido da área de comunicação/informação, educação e entretenimento de uma forma geral – é nessa área de controle que alterações eram feitas nos registros históricos; qualquer documento ou literatura que pudesse apresentar alguma conotação política ou ideológica, era modificado e arquivado novamente como original e correto a qualquer momento. “Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado” (ORWELL, 1948). O segundo segmento do poder, denominado Ministério da Paz, era o que organizava e mantinha as guerras, em alguns momentos contra a Lestásia, e em outros contra a Eurásia  Ao Ministério do Amor cabia manter a ordem e aplicar as leis; era nesse departamento também que eram praticadas as torturas com os traidores. E por último, o Ministério da Pujança, que assim como todos os outros partidos, carrega uma contradição não acidental no nome (são exercícios explícitos do duplipensamento – ver glossário) – cuida da economia e distribuição de alimentos e bens de consumo, que no caso eram escassos e de péssima qualidade.

“GUERRA É PAZ

LIBERDADE É ESCRAVIDÃO

IGNORÂNCIA É FORÇA”

Resenha Crítica: 1984, George Orwell

ORWELL, George. 1984. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 414 p.

O clássico moderno 1984, escrito pelo autor britânico George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, é uma distopia romântica redigida e publicada no final da década de 1940 em um cenário pós Segunda Guerra Mundial e de avanços tecnológicos, como a criação do primeiro computador eletrônico e do avião a jato. O livro foi escrito em 1949, poucos meses antes da morte do autor, que quando escreveu a obra, buscava descrever, não metaforicamente, mas como uma previsão, o totalitarismo e repreensão do século XX nos futuros anos 80.

O enredo tem Londres como cenário (no livro, chamada de Oceânia) e descreve como a população da Oceânia vive, com características que Orwell acreditava que iriam existir, como a Novafala (a língua ganha novos termos, palavras do passado são apagadas) e as Teletelas, um mecanismo utilizado principalmente para monitorar a população. O livro 1984 é dividido em seções: a Parte I, com mais oito subdivexplica a sociedade onde Winston Smith está inserido; a Parte II, com dez subdivisões em que há o desenvolvimento das condutas rebeldes no protagonista; e a Parte III, com cinco subdivisões, em que é apresentado o desfecho da história. Além disso, a edição da Companhia das Letras tem o Apêndice com informações sobre os princípios da Novafala, e Posfácios, que abordam os fatos “finais” do livro, fazendo um breve resumo.

A obra distópica retrata uma sociedade completamente dominada pelo Estado, em que Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, é o protagonista que conduz a narrativa, relatando o seu ponto de vista acerca do cotidiano na Oceânia, que se encontra em guerra com a Eurásia, mostrando ao leitor seus pensamentos secretos a respeito dos Proletas, Ministérios (Amor, Verdade, Pujança e Paz), Partido e, principalmente, do “Big Brother”, em tradução literal, “Grande Irmão”, ser que comandava a tudo e a todos. O livro relata o processo dos pensamentos críticos de Winston, até ele se tornar contra o Partido.

Dessa forma, no decorrer do livro, é apresentado o governo que inspeciona rigidamente a população através de teletelas, que servem para transmitir mensagens oficiais e programas rotineiros, mas também para observar os indivíduos em todos os lugares, visual e sonoramente, vinte e quatro horas. O partido também possui uma burocracia complexa, membros especializados na captação de condutas rebeldes e a própria guerra para alienar os membros do Partido Externo. A sociedade praticamente não possui mobilidade social e é dividida em três estamentos: Núcleo do Partido, do qual fazem parte os indivíduos mais abastados e controladores, Partido Externo, composto pela massa supervisionada, e os Proletas, indivíduos abandonados na miséria e à margem de todo o sistema.

O ponto principal da obra é essa realidade totalmente controlada a que a população está submetida, mas que poucas pessoas se sentem incomodadas, sendo profundamente manipuladas. As relações no livro mostram-se extremamente superficiais. Amizades são raras, e os casamentos, em sua maioria, arranjados e com um objetivo único e pró partido, a procriação. Até mesmo ligações entre pais e filhos são calculadas; a obra relata que se testemunhassem algum tipo de duplipensamento, progenitores e genitores denunciavam um a outro, sem a menor hesitação.

A sociedade descrita no livro é bastante tecnológica, e existem mecanismos que podem ser relacionados com os que estão presentes na sociedade atual, como nos estudos da sociedade em rede de Manuel Castells (2012). As teletelas, o controle governamental e a polícia do pensamento que são retratados em 1984, que pode transformar a cultura de uma sociedade. As tecnologias digitais atuais como a internet e as mídias sociais têm certo controle sobre o que o indivíduo faz na rede e, podem ser comparadas ao que Castells considera como poder do sistema tecnológico, que pode, até mesmo, prejudicar os usuários pela falta de privacidade.

As teletelas representam os meios de comunicação de massa, a tecnologia eletrônica da sociedade e a audiência televisa de canais únicos e horários fixos para todos. Desta forma, de acordo com os estudos de Lucia Santaella (2007), se enquadra na tecnologia da difusão, juntamente com a máquina sensória, pois amplia e potencializa a capacidade de percepção do homem. Castells (2012, p. 415-422), em “A cultura da virtualidade real”, também analisa a televisão como um modo predominante de comunicação em destaca o poder hipnótico da TV.

Winston Smith, por volta dos 40 anos de idade, começa a acordar da alienação vigente e entra no que a cientista política alemã Elisabeth Noelle-Neumann (1993) chama de Espiral do Silêncio. Nesta teoria, as pressões públicas, juntamente com outros fatores, fazem com que os que possuem opiniões diferentes calem-se diante de um ponto de vista popular e até modifiquem sua ideia primária em decorrência de uma posição majoritária, como no trecho:

Durante os Dois Minutos de ódio, não era possível deixar de participar do delírio geral, mas aquele cântico sub-humano "G.I.! ... G.I.!" (Grande Homem) sempre o enchia de pavor. Naturalmente, cantava com os outros: seria impossível proceder doutra forma. Dominar os sentimentos, controlar as feições, fazer o que todo mundo fazia, era uma reação instintiva. (ORWELL, 2009, p. 27

Isso ocorre com o protagonista da obra, quando surgem dúvidas e oposições ao Grande Irmão e suas leis, Smith não consegue expressar sua opinião, a influência de outros é tão grande que ele se retraí. Quando Winston conhece Julia, funcionária do departamento de Ficção, e se apaixona por ela, o protagonista consegue, aos poucos, sair da Espiral do Silêncio. Os dois compartilham ideologias parecidas e enxergam no personagem O'Brien a chance de entrarem na Confraria, facção contra o Grande Irmão e o Partido, entretanto descobrem que O'Brien é realmente um membro do Partido, não da confraria como se mostrou a eles.

Após ser torturado incansavelmente, Winston entra em um novo "nível" da espiral, passando a realmente crer naquilo que lhe era dito, sendo assim totalmente manipulado e vivendo como a maioria. Essa manipulação do Partido pode ser compreendida também a partir dos estudos de Santaella (2007) sobre a Metáfora do Espelho, pois há notoriamente uma manipulação social. Essa metáfora explica que há representações midiáticas, como os programas de TV, que refletem o real como ele é e outras que falseiam o real.

Relacionando às concepções de Tecnófilos, Tecnófobos e Neomarxistas desenvolvidas por André Lemos (2002) e Francisco Rüdiger (2011), observamos Winston como Neomarxista, pois ele não transmite aversão à tecnologia, mas sim a crença de que um equilíbrio é necessário. Já o Partido pode ser considerado Tecnófobo, pois os membros tinham pavor do avanço tecnológico, temendo não terem mais o controle da sociedade. Eles usavam apenas das tecnologias da difusão para manipular, mas não incentivavam a evolução tecnológica.

O livro 1984, apesar de ter sido publicado em 1949, dialoga com estudiosos do século XXI , porque consegue retratar até mesmo algumas questões atuais. A manipulação e repressão, por exemplo, existem de fato até hoje, podendo não ser da mesma maneira representada no livro, mas ainda assim presentes na atualidade. Portanto, também pode ser compreendida a intenção de Orwell em apresentar uma profunda e pertinente crítica social através da obra.

domingo, 18 de junho de 2017

Sobre o Autor

Eric Arthur Blair, conhecido pelo pseudônimo de George Orwell, nasceu na primeira década do século XX (25/06/1903), em Motihari, Índia Britânica. Apesar de estudar na prestigiada Academia de Eton, na Inglaterra e ter tudo para seguir a carreira militar do pai, Orwell seguiu um caminho diferente. Além de escritor, também se tornou jornalista e ensaísta político e dedicou parte da sua vida a escrever resenhas, ficções, artigos jornalísticos, críticas literárias e poesias – considerado um dos melhores cronistas da cultura inglesa do século XX. Suas mais célebres obras são 1984 (foi traduzido em 65 países, virou minissérie, filmes, músicas, inspirou quadrinhos, mangás e até uma ópera) e Revolução dos Bichos que, juntas, venderam mais copias que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do mesmo século. Por meio de seus livros, o autor apresentava uma inteligência perspicaz e bem-humorada sobre a política de uma forma geral e as injustiças sociais.

Incorporado através de neologismos no vocabulário popular, Orwell é um dos raros escritores que tiveram esse privilégio. O termo orwelliano (adjetivo) virou sinônimo de totalitarismo e de um governo ditatorial e na função de nome masculino, faz alusão a um estudioso ou apreciador das obras de George Orwell. Em relação ao seu trabalho, ele dissera: "Quando me sento para escrever um livro, não digo para mim 'vou produzir uma obra de arte'. Escrevo porque existe alguma mentira para ser denunciada, algum fato para o qual quero chamar a atenção, e penso sempre que vou encontrar quem me ouça." Após anos de luta, Orwell faleceu de tuberculose em janeiro de 1950.

sábado, 17 de junho de 2017

Glossário Novafala


            Ao contrário de todas as outras línguas, que buscam expandir seu vocabulário, através de gírias e novos conceitos, a novafala procura reduzir seus termos, como antônimos e sinônimos. O intuito desse procedimento é delimitar cada vez mais o pensamento da população e assim, consequentemente, evitar o pensamento crime. Para os líderes do Partido, a liberdade, o conhecimento e o raciocínio não convêm. Qualquer palavra poderia ter o sentido de negação pelo prefixo "un-", e outros prefixos como "plus-" e "doupliplus-" poderiam fortalecer a palavra. Em segundo lugar, a gramática era extremamente regular, com poucas exceções. Todos os tempos passados ​​foram formados usando "-ed", todos os plurais com "-s" ou "-es", e comparativos com "-er" e "-est". Entre os exemplos citados no livro, se algo é bom, não é necessário existir a palavra mau, simplesmente seria imbom ou desbom, sendo o prefixo im- ou in-, característica antonímia da palavra. Também não é necessário existir ótimo ou melhor que bom, seria simplesmente plusbom. Se fosse melhor ainda, seria dupliplusbom.
            No apêndice da obra, editada pela Companhia das Letras, encontramos uma explicação detalhada sobre o idioma utilizado em 1984. O vocabulário A consisti em palavras comuns utilizadas na expressão de pensamentos simples, geralmente envolvendo objetos concretos ou ações físicas. O vocabulário B consisti em palavras criadas para manter conotações políticas e impor um estado de espírito politicamente desejável ao usuário. Essas palavras incluem palavras compostas, como "Ingsoc" ou "dupla". Muitos significavam o contrário do que realmente eram, de acordo com o conceito de dupla consideração. O vocabulário C consisti em termos científicos e técnicos, que não implicavam que outros cientistas e técnicos usassem.

Artsem: inseminação artificial
Bempensante: pessoa naturalmente ortodoxa
Crimideia: crime ideológico; pensamentos ilegais
Crimideter: "Faculdade de deter, de paralisar, como por instinto, no limiar, qualquer pensamento perigoso. Inclui o poder de não perceber analogias, de não conseguir observar erros de lógica, de não compreender os argumentos mais simples e hostis ao Ingsoc, e de se aborrecer ou enojar por qualquer trem de pensamentos que possa tomar rumo herético” (ORWELL, 1948)
Duplipensamento: pensamento duplo; é saber que aquilo está/é errado e ainda assim se convencer de que está certo – “inconsciência é ortodoxia” (ORWELL, 1948)
Facecrime: ocorre quando o rosto revela a existência do crime de pensamento (ou falta de vigor anti-Partido, ou expressando desgosto para as ações do Partido).
Impessoa/despessoa: pessoa que não existe mais; todas as menções a ela nos registros históricos devem ser apagadas
Ingsoc: socialismo inglês
Miniamor: Ministério do Amor
Minipaz: Ministério da Paz
Minipuja: Ministério da Pujança
Miniver: Ministério do Amor

NegroBranco: quando aplicada a um adversário, é o habito de afirmar que “o negro é branco”, apenas dos fatos evidentes. Quando aplicada a um membro do Partido, simboliza a lealdade de afirmar que preto é branco, se assim for exigido. Também significa acreditar que o preto é branco, ou até mais, saber que o preto é branco, e acreditar que jamais foi o contrário.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Sobre o Livro


No enredo que tem Londres como cenário (na fictícia Oceânia) -, tudo gira em torno do Grande Irmão. “Quarenta e cinco anos, de bigodão preto e feições rudemente agradáveis”, o Big Brother é o líder máximo. Assumiu o poder depois de uma guerra de escala global (análoga à Segunda Guerra, porém com mais explosões atômicas), que eliminou as nações e criou três grandes estados transcontinentais totalitários. A Oceânia reúne a ex-Inglaterra, as ex-Américas, ex-Austrália e Nova Zelândia e parte da África. É um mundo sombrio e opressivo. 

Cartazes espalhados pelas ruas mostram a figura bisonha da autoridade suprema e o slogan: “O Grande Irmão está de olho em você”. E está mesmo, literalmente, graças às “teletelas”. Espalhadas nos lugares públicos e nos recantos mais íntimos dos lares, elas são uma espécie de televisor capaz de monitorar, gravar e espionar a população, como um espelho duplo.

O protagonista é Winston Smith. Funcionário do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade, um dos quatro ministérios que governam Oceânia, sua função é falsificar registros históricos, a fim de moldar o passado à luz dos interesses do presente tirânico. A opressão era física e mental. 

A Polícia das Ideias atuava como uma ferrenha patrulha do pensamento. Relações amorosas estavam entre as muitas proibições. Nesse cenário de submissão onde não há mais leis, mas sim inúmeras regras determinadas pelo Partido, ninguém nunca viu o Grande Irmão em pessoa. Uma sacada genial do autor: o tirano mais amedrontador é também aquele mais abstrato. Winston detesta o sistema, porém evita desafiá-lo além das páginas de seu diário. Isso muda quando se apaixona por Júlia, funcionária do Departamento de Ficção. O sentimento transgressor o faz acreditar que uma rebelião é possível. Mas combater o regime não é nada fácil. Enredada numa trama política, a “reeducação” dos amantes será brutal.

- MULTIMÍDIA -
Além da obra impressa ter sido traduzida em 65 países, ela virou minissérie, filmes, foi inspiração para quadrinhos, músicas, mangás e até uma ópera.

- CURIOSIDADES -
– O reality show "Big Brother" foi lançado em 1999 e que o nome do programa teria sido inspirado na obra de Orwell devido ao uso de câmeras para monitoramento constante dos participantes.

– A obra foi concluída em 1948, o título do livro é, na verdade, a inversão dos dois últimos algarismos da data de conclusão, como forma de dizer que a distopia do livro não era algo distante.

– Orwelliano tornou-se termo conhecido para se referir a algo totalitário e/ou opressivo. Por exemplo, aquele país tem políticas "orwellianas".

– Em 1974, o cantor David Bowie lançou a canção “1984”, inspirada no romance. Ela está no álbum “Diamond Dogs”. Ouça aqui.

– A HQ “V de Vingança”, de Alan Moore, que depois teve sua adaptação para o cinema, também foi inspirada em 1984.

– 1984 é o nome de um dos comerciais da Apple mais famosos e polêmicos de todos os tempos. Assista aqui.

Recomendamos também a leitura de:
Paralelo: 1984 (George Orwell) x Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)

 - OS FILMES 1984 -

A seguir a primeira versão de 1984, lançada em 1956 em preto e branco.


Também existe uma versão mais recente, lançada em 1984. Versão não disponível no Youtube.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Referências

POR QUE UMA MÍDIA RESENHA?
A escolha pela mídia resenha e não simplesmente uma resenha é fundamentada no conceito introduzido por Franco e Tonus para esta produção. É uma forma de dar um tratamento diferenciado ao conhecimento, com o intuito de "discutir os processos interativos e integrativos das tecnologias de informação e comunicação e a cultura; e compreender o movimento atual de convergência das mídias e sua repercussão nos processos comunicativos" (FRANCO; TONUS, 2016). Nesse sentido, este projeto não é apenas uma resenha, mas sim uma MÍDIA RESENHA INTERATIVA, uma vez que você, leitor, pode interagir com o blog, seja por meio do quiz, do glossário, da linha do tempo, do vídeo, dos hiperlinks ou da própria caixa de comentários. A ideia é fazer a experiência da mídia resenha ainda mais imersiva, que gere entusiasmo e que a leitura seja prazerosa e dinâmica.


REFERÊNCIAS
CASTELLS, M. A cultura da virtualidade real: a integração da comunicação eletrônica, o fim da audiência de massa e o surgimento das redes interativas. In: ___. A sociedade em rede: Era da informação, v. 1. São Paulo: Paz e Terra, 2012.

FRANCO, Aléxia Pádua e TONUS, Mirna. Leitura e produção de mídias-resenhas na apropriação de conceitos envolvidos nas tecnologias contemporâneas de comunicação e educação por estudantes de Jornalismo. Revista Brasileira de Ensino do Jornalismo – REBEJ. Brasília, v. 6, n. 19, p. 191-203, jul./dez. 2016. Disponível em <http://www.fnpj.org.br/rebej/ojs/index.php/rebej/article/view/473/288.> Acesso em 20 jun. 2017.

GUIA DO ESTUDANTE. Saiba mais sobre o livro 1984, de George Orwell. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/saiba-mais-sobre-o-livro-1984-de-george-orwell/>. Acesso em 16 jun. 2017.

INFOESCOLA. George Orwell. Disponível em: www.infoescola.com/escritores/george-orwell. Acesso em 13 jun. 2017.

LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002. Pp. 246-262 (Capítulo VII - O imaginário da cibercultura. Entre neoludismo, tecnoutopia, tecnorealismo, tecnossurrealismo; Conclusão – Cibercultura)

NOELLE-Neumann, Elisabeth. Pesquisa eleitoral e clima de opinião. Opinião Pública, Vol. I, n. 2, Campinas, Dezembro 1993, p. 47-96.

RÜDIGER, Francisco. As teorias da cibercultura: perspectivas, questões e autores. Porto Alegre: Sulina, 2011. pp.51-74

SANTAELLA, Lúcia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007

Glossário

Uma introdução ao vocabulário do futuro: a Novafala


Ingsoc

Socialismo inglês

Crimideia

Crime ideológico; pensamentos ilegais

Facecrime

Ocorre quando o rosto revela a existência do crime de pensamento

Duplipensamento

Pensamento duplo; é saber que aquilo está/é errado e ainda assim se convencer de que está certo – “inconsciência é ortodoxia”

Impessoa/despessoa

Pessoa que não existe mais; todas as menções a ela nos registros históricos devem ser apagadas

Camaradas

Todas as pessoas que moram em Londres sob o regime do Grande Irmão. Chamar um aos outros de camaradas é sinal de apoio ao Partido.

Referências e mapa do site

Ignorância (não) é força


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